DENTRO DA MINHA PELE
Documentário longa-metragem
Um médico confundido com bandido. Uma faxineira tratada como escrava. Um garoto assassinado pela polícia. Uma funcionária trans que nunca é promovida. O que estas pessoas têm em comum?
A COR DA PELE.
25º Festival É Tudo Verdade – Brasil
33º IDFA - International Documentary Film Festival Amsterdam - Holanda
13º HUMAN International Documentary Film Festival Oslo - Noruega
8º Festival de Cinema de Caruaru PE – PRÊMIO DE MELHOR DIREÇÃO
18º Seattle Black Film Festival - EUA
38º Rencontres Du Cinema Latin Americain de Bordeaux - França PRÊMIO MELHOR FILME DO PÚBLICO
10º HÁDOC – Cinema Documental em Leiria - Portugal
42º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-americano de Havana - Cuba
Documentário humano, narrativo e poético com várias camadas que desvelam o racismo estrutural que está impregnado nas relações familiares, nos ambientes de trabalho e faz parte da subjetividade das pessoas negras e brancas. Herança da escravidão permanece presente até os dias de hoje. O Brasil foi o último país do mundo a abolir o trabalho escravo.
A espinha dorsal do documentário são as histórias de 9 pessoas comuns, com diferentes tons de pele negra, que apresentam seu cotidiano na cidade de São Paulo e compartilham situações de racismo, dos velados aos mais explícitos. Temos o médico Estefânio Neto, a modelo-performer Rosa Rosa, os estudantes universitários Wellison Freire e Jennifer Andrade da Faculdade Getúlio Vargas, a mais importante escola de administração da América Latina, a funcionária pública e ativista trans Neon Cunha, a trabalhadora doméstica Neide de Sousa, a corretora de imóveis Marcia Gazza que perdeu o filho assassinado pela Polícia Militar, e o casal que espera um bebê, a professora do ensino publico Daniela dos Santos com o garçom Cleber dos Santos.
Acompanhamos os personagens nos seus espaços habituais, ambientes de dores e superações. Sob luz natural, os depoimentos intimistas nos colocam em contato com fortes experiências de racismo vividos na própria pele, trajetórias de resistências e reinvenções.
Toni Venturi, diretor branco, formado em cinema no Canadá, é neto de imigrantes italianos que aportaram no Brasil no início do século XX, momento que o governo oferecia facilidades aos europeus em detrimento a população negra. A ordem era embranquecer o país. Na ponderação metalinguística do filme, o diretor se expõe criticamente na narração em primeira pessoa ao falar sobre sua ascendência italiana e a conscientização de seus privilégios. Val Gomes, socióloga de descendência indígena e negra, faz sua estreia no documentário assinando a codireção do projeto. A construção dialética das diferentes camadas narrativas do filme é resultado da parceria dos dois criadores.
Sem roubar o protagonismo das histórias pessoais, 6 pensadores negros fazem reflexões sobre o racismo no Brasil. Num estúdio de fundo preto e sóbrio, sob luz contrastada, acompanhamos os pensamentos de Cida Bento (psicóloga), Cidinha da Silva (escritora), Joice Berth (arquiteta), José Fernando de Azevedo (dramaturgo e pesquisador), Salloma Salomão (historiador e músico) e Sueli Carneiro (filósofa). Inserções pontuais de 3 cientistas sociais brancos antirracistas completam as entrevistas, Jessé Souza (sociólogo), Lia Vainer Schucman (psicóloga) e Adilson Paes (Tenentecoronel da Polícia Militar).
Música negra contemporânea e slam de jovens periféricos estabelecem os respiros poéticos entrelaçando as histórias pessoais com as reflexões filosóficas. Num ateliê de arte e pintura, as cantoras Bia Ferreira e Doralyce interpretam a canção Cota não é Esmola, Chico César apresenta uma nova versão de Respeitem meus cabelos, Brancos, Luedji Luna aparece em Iodo, Thaíde com o rap Algo Vai Mudar, Valéria Houston traz o samba Controversa e Anicidi Toledo com o Batuque de Umbigada dançam a umbigada Luís Gama. Numa favela do Capão Redondo (SP), os jovens slamers Bione e Barth Viera comparecem com a poesia de denúncia, afirmativa, produzida na periferia da cidade.
A complexidade da megalópole São Paulo desponta na visão monumental das tomadas aéreas que se contrapõem às imagens dos super close-ups em slow motion dos detalhes das peles, olhos, bocas e mãos dos personagens negros e brancos. A visão dos drones dos espaços de exclusão da cidade, segregada em classes sociais, contrasta com a visão intimista dos poros e texturas das peles.
A equipe de criação, produção e técnica do documentário Dentro da Minha Pele foi constituída inteiramente por profissionais negros. Para a realização dos seus filmes e séries, a produtora Olhar Imaginário tem investido na composição de equipes com diversidade de raça e gênero. Entende que as práticas antirracistas promovem a pluralidade de olhares que enriquecem a obra em produção.
Título
DENTRO DA MINHA PELE
Intelectuais: Cida Bento (psicóloga), Cidinha da Silva (escritora), Joice Berth (arquiteta), Jessé Souza (sociólogo), José Fernando de Azevedo (diretor teatral), Lia Schucman (psicóloga), Salloma Salomão (historiador e músico), Sueli Carneiro (filósofa);
Artistas: Anicide Toledo e Batuque Guaia de Capivari, Bia Ferreira e Doralyce, Chico César, Luedji Luna, Thaíde, Valéria Barcellos; Slamers: Barth Vieira, Bione
Direção: Toni Venturi
Codiretora e Pesquisa: Val Gomes
Roteiro: Toni Venturi, Val Gomes, Marcus Aurelius Pimenta
Produção Executiva: Tiago Berti
Fotografia: Daniel Fagundes
Segunda Câmera: Aline Juliet
Montagem: Marcola Marinho, Paulo Alberto
Direção de Produção: Camila Abade
Assistente de Produção: Juh Balhego
Assistente de Direção: Monique Rocco
Som Direto: Evelyn Santos
Trilha Sonora: Alysson Bruno
Produção Musical: Felipe Julian
Edição de Som e Mixagem: Pedro Noisyman
Arte e Grafismo: Bruno Bayeux
Administração: Audrey Markutis
Produção: OLHAR IMAGINÁRIO
Gênero: Documentário social
Mês/Ano: Agosto 2020
Duração: 86'
Distribuição: O2 PLAY
País: Brasil